Um vasto esquema de grilagem de terras, exploração ilegal de madeira e fraudes relacionadas à geração de créditos de carbono está sendo desvendado na Amazônia.
A ação, chamada de Expurgare, revela envolvimentos de figuras de destaque na política estadual, como Dionísia Soares Campos, filha do deputado estadual Sinésio Campos, presidente do Partido dos Trabalhadores no Amazonas, e de seu marido, Juliano Valente, diretor-presidente do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (IPAAM).
Durante a operação, dois servidores públicos foram presos, enquanto Juliano Valente foi afastado de suas funções no IPAAM. Além dele, outros quatro funcionários do órgão, responsável pela fiscalização e licenciamento ambiental no estado, também perderam seus cargos.
Mandados de busca e apreensão foram cumpridos em propriedades vinculadas a Dionísia Soares Campos, que atualmente ocupa o cargo de superintendente de Agricultura e Pecuária do Amazonas.
Em nota, o governo do Amazonas se manifestou contra práticas ilícitas cometidas por servidores públicos e assegurou que tomará as devidas providências, afastando e exonerando os envolvidos. O governo também reiterou o compromisso de colaborar integralmente com as investigações conduzidas pela Polícia Federal.
Essa fase da Operação Expurgare é um desdobramento da Operação Greenwashing, realizada em junho, que investigou crimes ambientais relacionados ao “esquentamento” de madeira ilegal.
Nesta fase, o foco principal é o suposto esquema de lavagem de ativos por meio da geração de créditos de carbono e exploração ilegal de recursos naturais.
De acordo com a Polícia Federal, o esquema pode ter movimentado até R$ 1,6 bilhão, valor que está em processo de bloqueio judicial.
As investigações estão sendo conduzidas pela Superintendência da Polícia Federal em Rondônia, com apoio de outros estados.
O caso expõe mais um capítulo da luta contra crimes ambientais e a corrupção que ameaça a preservação da Amazônia e seus recursos naturais.
Fonte: jco*